Foco nas Pessoas

O Chaos Report do ano passado mostrou que apenas 32% dos projetos em TI são bem-sucedidos. Segundo a tabela comparativa (e aqui embaixo reproduzida em apenas uma linha) retirada de uma entrada do site Project Smart, houve um decréscimo em relação a 2006 (de 35% para 32%), mas uma melhora significativa em relação à década passada (de 16% para 32%).

As explicações são muitas. O post de onde essa tabela foi retirada aponta como uma das grandes vantagens o aumento de profissionais certificados. Esse argumento é base pra uma briga boa que encontra como principal confrontador o Uncle Bob. Ninguém tem dúvida que existe muita gente a favor das letrinhas mágicas (uma rápida olhada nos seus contatos do LinkedIn prova isso). Mas, será que são as certificações que fazem diferença?

O sucesso de nosso último release foi, para mim, baseado em dois aspectos. Primeiramente, diferente de algumas outras vezes a iteração foi bem-definida e executada. Adicionalmente, criamos o desafio de mudar algumas tecnologias para outras que já havíamos avaliado como melhores do que as que estavamos usando. Depois de muito tempo de "nessa iteração não temos tempo para migrar", definimos em conjunto pela mudança. Esse motivador surgiu da equipe. Resultado final: software entregue no prazo, com todas as funcionalidades e com melhora no processo de desenvolvimento, através de novas práticas e tecnologias. O que será que mudou? Ninguém foi certificado em nada de um release para o outro...

Para mim, a resposta para o sucesso está em uma das bases do Manifesto Ágil foi cumprida: "valorizar: 1. Indivíduos e interação entre eles mais que processos e ferramentas". A equipe tinha uma clara ideia do que deveria ser feito, sem pendências de requisitos. As funcionalidades foram entregues para teste em tempo hábil e está sendo colocado a campo para gerar feedback em situações reais. A comunicação entre essas duas "equipes" e o trabalho que elas devem executar para garantir um bom software foi valorizado acima de tempo ou prazo. Mesmo havendo troca de ferramenta, ela foi feita como desafio para os desenvolvedores, ou seja, foi encaminhada como motivador da curiosidade natural de quem trabalha com programação, ao invés de imposição de alguém. Ou seja, independente de como é feito, de qual tecnologia é usada, os sistemas sempre serão baseados em pessoas e elas são o verdadeiro kernel de qualquer projeto.